SOBRE O LIVRO​

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Resumo

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Se você já parou para pensar em como a mente humana funciona, ou até mesmo o que é a mente humana, já deve tê-la associado a sua cabeça. A mente está na cabeça, no cérebro. Certo?

 

Não para os pesquisadores que defendem os chamados 4Es da cognição. Esses especialistas, a partir de observações e análises empíricas realizadas junto a neurocientistas e cientistas da computação, têm nos levado a pensar que a mente extrapola os limites do cérebro; para compreendê-la, não basta sabermos quais os neurônios que são ativados em cada caso cognitivo, por exemplo.

 

Aliás, como é que a ativação de um neurônio dá origem a um estado mental? E, se conseguimos mapear os neurônios responsáveis pelo amor, por exemplo, os testes dessa natureza (os mapeamentos cerebrais) conseguem revelar quem é o objeto desse amor? Provavelmente, não. Trata-se do caráter subjetivo da mente humana. Tudo o que pensamos está guardado lá. Mas o que é esse “lá”?

 

Para os filósofos da ciência cognitiva, a mente emerge do cérebro em conjunto com o corpo e o ambiente. Trata-se de um amálgama, um conjunto de elementos capazes de originar nossos estados mentais. As emoções surgem unidas a esses processos, já que separar ação e emoção seria um erro, como coloca o neurocientista António Damásio. 

 

Acreditamos que temos muito o que aprender com as novas ideias relativas às abordagens corporificada, situada, estendida e enativa. A mente humana pensada para além do cérebro nos conduz a caminhos que podem modificar a maneira como compreendemos as tecnologias e nossa relação com elas, a educação, a saúde, os processos psicológicos, o comportamento humano e a arte, entre outros diversos aspectos.

 

Neste livro, procuramos explorar algumas dessas perspectivas, numa tentativa de abrir frestas para que novas luzes consigam chegar. Esperamos contribuir de alguma forma com o debate, lançando questões que contribuam com pesquisas de variadas naturezas.